3/12/2010

Definição dos principais gêneros textuais

GÊNEROS TEXTUAIS

3.1 Artigo de opinião-

“É comum encontrarmos circulando no rádio, na TV, nas revistas, nos jornais, temas polêmicos que exigem uma posição por parte dos ouvintes, espectadores e leitores, por isso o autor geralmente apresenta seu ponto de vista sobre o tema em questão através do artigo de opinião.”-apresenta e comprova uma tese (semelhante ao gênero redação escolar dissertativo);-permite o uso da primeira pessoa do singular e das vivências e experiências lingüísticas, literárias e filosóficas do articulista;-possibilita o uso de emoções e sensações do autor para atingir as sensações e emoções do leitor;-costuma conter descrições detalhadas, apelo emotivo, acusações, humor satírico, ironia e fontes de informações precisas;-contém a assinatura do autor no final (no vestibular, o correto é não assinar com o próprio nome – melhor usar só a inicial do sobrenome -, pois a assinatura pode identificar a autoria e desclassificar o autor);-exige título.

3.2 Carta do leitor-

É um instrumento de divulgação de conceitos, idéias e concepções do leitor sobre determinados assuntos;-é um gênero textual, em que o autor da carta expressa opiniões (favoráveis ou não) a respeito de assuntos publicados em revistas, jornais, ou sobre o tratamento dado a esses assuntos;-apresenta formato semelhante ao da carta pessoal, apresentando data, vocativo, corpo do texto, expressão cordial de despedida, assinatura - só a inicial do sobrenome);-é escrito em linguagem mais pessoal (empregando pronomes e verbos em 1ª pessoa) ou mais impessoal (empregando pronomes e verbos na 3ª pessoa) ou ainda a possibilidade de utilizar os dois tipos de linguagem ao mesmo tempo;-contém menor ou maior impessoalidade, de acordo com a intenção do autor (protestar, brincar ou impressionar os leitores, por exemplo).

3.3 Carta de reclamação-

Indicação do objeto alvo de reclamação (ex: “os buracos existentes nas ruas”; “atraso na entrega do imóvel”);- indicação das causas do objeto alvo da reclamação (Provável causa para o desgaste do calçamento - “(ele) suporta diariamente o peso dos ônibus e carros”);-justificativa para convencimento de que o objeto pode ser (merece ser) alvo de reclamação;-indicação de vozes que não consideram que o objeto pode ser alvo de reclamação;-resposta ao contra-argumento relativo à pertinência da reclamação (Mala que sofreu avarias - “Os objetos que sofreram estragos são relativamente fáceis de serem substituídos” – “Porém o fato que desapontou foi a maneira relapsa com que o diretor foi tratado quando reclamou verbalmente no balcão de informações da companhia”);-indicação de sugestões de providências a serem tomadas (“Reparar ou substituir o frigorífico no prazo de 10 dias”);-justificativa para convencimento de que a sugestão é adequada;-levantamento de vozes que não consideram que as sugestões são boas; --resposta ao contra-argumento quanto à pertinência da sugestão de providências (Ex:sugestão dada na carta - “Devolver o pagamento da roupa”; contra-argumentação: “A Empresa está em fase de recuperação do software de gestão financeira”; Refutação:“Mesmo com dificuldades, a empresa tem o dever de cumprir com as obrigações legais”);-saudação (“Esperamos, sinceramente, que nossas reclamações sejam ouvidas com mais atenção desta vez” e “Esperando que esse órgão cumpra com seu papel...”); outras, com agradecimentos à atenção dada (“Desejo, na oportunidade, mostrar minha satisfação com a gentileza e seriedade com que meus apelos e reclamações são recebidos”) e aquelas em que o escritor apenas cumprimentava o destinatário (“Com os melhores cumprimentos”).-apresenta formato semelhante ao da carta pessoal, apresentando data, vocativo, corpo do texto, expressão cordial de despedida, assinatura - só a inicial do sobrenome);-apresenta formato semelhante ao da carta pessoal, apresentando data, vocativo, corpo do texto, expressão cordial de despedida, assinatura - só a inicial do sobrenome);Modelos1 - Indica e argumenta a respeito do objeto da reclamação;2 - Indica e argumenta a respeito do objeto da reclamação, indica sugestões;3 - Indica e argumenta sobre o objeto de reclamação, indica e argumenta sobre as sugestões.

3.4 Carta de réplica-

resposta incisiva a um dito ou escrito; o que se replica; contestação, refutação; replicação;-argumento com que se refuta outro argumento; contestação, objeção; resposta a uma crítica. -apresenta formato semelhante ao da carta pessoal, apresentando data, vocativo, corpo do texto, expressão cordial de despedida, assinatura, cidade de origem, sendo que nem todas essas partes podem ser encontradas nas cartas do leitor;-apresenta formato semelhante ao da carta pessoal, apresentando data, vocativo, corpo do texto, expressão cordial de despedida, assinatura - só a inicial do sobrenome);

3.5 Crônica-

coluna de periódicos, assinada, com notícias, comentários, algumas vezes críticos e polêmicos, em torno de atividades culturais (literatura, teatro, cinema etc.), de política, economia, divulgação científica, desportos etc., atualmente também abrangendo um noticiário social e mundano;-texto literário breve, em geral narrativo, de trama quase sempre pouco definida e motivos, na maior parte, extraídos do cotidiano imediato;-assim como o repórter, o cronista se alimenta dos acontecimentos diários, que constituem a base da crônica. Entretanto, há elementos que distinguem um texto do outro. Após cercar-se desses acontecimentos diários, o cronista dá-lhes um toque próprio, incluindo em seu texto elementos como ficção, fantasia e criticismo, elementos que o texto essencialmente informativo não contém. Com base nisso, pode-se dizer que a crônica situa-se entre o Jornalismo e a Literatura, e o cronista pode ser considerado o poeta dos acontecimentos do dia-a-dia.-a crônica, na maioria dos casos, é um texto curto e narrado em primeira pessoa, ou seja, o próprio escritor está "dialogando" com o leitor. Isso faz com que a crônica apresente uma visão totalmente pessoal de um determinado assunto: a visão do cronista. Ao desenvolver seu estilo e ao selecionar as palavras que utiliza em seu texto, o cronista está transmitindo ao leitor a sua visão de mundo. Ele está, na verdade, expondo a sua forma pessoal de compreender os acontecimentos que o cercam.-exige título;-geralmente, as crônicas apresentam linguagem simples, espontânea, situada entre a linguagem oral e a literária. Isso contribui também para que o leitor se identifique com o cronista, que acaba se tornando o porta-voz daquele que lê.· Etapas para escrever sua crônica:1. Escolha algum acontecimento atual que lhe chame a atenção. Você pode procurá-lo em meios como jornais, revistas e noticiários. Outra boa forma de encontrar um tema é andar, abrir a janela, conversar com as pessoas, ou seja, entrar em contato com a infinidade de coisas que acontecem ao seu redor. Tudo pode ser assunto para uma crônica.É importante que o tema escolhido desperte o seu interesse, cause em você alguma sensação interessante: entusiasmo, horror, desânimo, indignação, felicidade... Isso pode ajudá-lo a escrever uma crônica com maior facilidade.2. Muito bem. Agora que você já selecionou um acontecimento interessante, tente formular algumas opiniões sobre esse fato. Você pode fazer uma lista com essas idéias antes de começar a crônica propriamente dita."Se eu estivesse nessa situação, eu...""Ao saber desse fato eu me senti...""Sobre esse fato, as pessoas estão dizendo que...""A solução para isso...""Esse fato está relacionado com a minha realidade, pois..."Como você deve ter notado, é muito importante que o seu ponto de vista, a sua forma de ver aquele fato fique evidente. Esse é um dos elementos que caracterizam a crônica: uma visão pessoal de um evento.3. Agora que você já formou opiniões sobre o acontecimento escolhido, é hora de escrever sua crônica. Seu ponto de partida pode ser o próprio fato, mas esse também pode ser mencionado ao longo do texto (...).

3.6 Relato-

exposição escrita ou oral sobre um acontecimento;-tipo de narrativa em que alguém conta um episódio importante de sua vida;-apresenta os elementos essenciais do texto narrativo (personagens, fatos, tempo e espaço);-tem como narrador o protagonista, isto é, a personagem mais importante da história.-convém colocar título (Relato de .......).

3.7 Reportagem-

A reportagem é sempre um gênero informativo acrescido de interpretação e opinião;-embora ela geralmente se inicie como a notícia - com um lead (o lead é o primeiro parágrafo da notícia; nele o leitor deverá encontrar resposta a seis questões fundamentais: O Quê, Quem, Quando, Onde, Por quê e Como; sendo que as duas últimas questões – Por quê e Como – podem as mais das vezes omitir-se do lead, guardando-se para o parágrafo subseqüente) -, a reportagem amplia o fato principal, acrescentando opiniões e diferentes versões.-a reportagem não tem uma estrutura rígida. De modo geral, depois do lead, desenvolve-se a narrativa do fato principal, ampliando-a e compondo-a por meio de entrevistas, depoimentos, boxes com estatísticas, pequenos resumos, textos de opinião.-como todo texto jornalístico, a reportagem é sempre encabeçada por um título, que anuncia o fato em si, podendo ou não apresentar subtítulo ou título auxiliar, que explana o título.-na reportagem, emprega-se uma linguagem clara, dinâmica e objetiva, de acordo com o padrão culto da língua. Embora a linguagem seja impessoal, quase sempre é possível perceber a opinião do repórter sobre os fatos ou sua interpretação. Às vezes, o jornal ou a revista emprega uma linguagem mais informal, dependendo do público a que se destina.Características da reportagem1. informa de modo mais aprofundado sobre fatos que interessam ao público a que se destina o jornal ou revista, acrescentando opiniões e diferentes versões, de preferência comprovadas;2. costuma estabelecer conexões entre o fato central, normalmente enunciado no lead, e fatos paralelos, por meio de citações, trechos de entrevistas, boxes informativos, dados estatísticos, fotografias, etc.;3. pode ter um caráter opinativo, questionando as causas e os efeitos dos fatos, interpretando-os, orientando os leitores;4. predomínio da função referencial da linguagem;5. linguagem impessoal, objetiva, direta, de acordo com o padrão culto da língua.Diferenças entre reportagem e notíciaEnquanto a notícia nos diz no mesmo dia ou no seguinte se o acontecimento entrou para a história, a reportagem nos mostra como é que isso se deu. Tomada como método de registro, a notícia se esgota no anúncio; a reportagem, porém, só se esgota no desdobramento, na pormenorização, no amplo relato dos fatos.O salto da notícia para a reportagem se dá no momento em que é preciso ir além da notificação - em que a notícia deixa de ser sinônimo de nota - e se situa no detalhamento, no questionamento de causa e efeito, na interpretação e no impacto, adquirindo uma nova dimensão narrativa e ética. Porque com essa ampliação de âmbito a reportagem atribui à notícia um conteúdo que privilegia a versão. Se a nota é geralmente a história de uma só versão, a reportagem é por dever e método a soma das diferentes versões de um mesmo acontecimento. (http://salinhas.blogspot.com/)-Segundo Clovis Rossi "reportagem é uma coisa paradoxal, por se tratar, ao mesmo tempo, da mais fácil e da mais difícil maneira de viver a vida. Fácil porque, no fundo, reportagem é apenas a técnica de contar boas histórias. Todos sabem contar histórias. Se bem alfabetizado, pode-se até contá-las em português correto e pronto: está-se fazendo uma reportagem, até sem o saber. Difícil porque o repórter persegue esse ser chamado verdade, quase sempre inatingível ou inexistente ou tão repleto de rostos diferentes que se corre permanentemente o risco de não conseguir captá-los todos e passá-los todos para o leitor".Rossi cita um exemplo prático para ilustrar sua abordagem: suponha que você está numa ponte sobre uma rodovia qualquer. De repente, um carro passa para a pista contrária e bate de frente num caminhão. Morre o motorista do carro. Qual é a verdade? O motorista atravessou a pista e, logo, foi o culpado. Mas a função do repórter é ir atrás das causas, e estas não ficam visíveis nem mesmo no exemplo simples usado. O motorista pode ter perdido a direção porque dormiu, porque estava bêbado, porque sofreu um colapso e morreu no ato, porque quebrou a barra de direção. Ou seja, mesmo que você seja testemunha ocular de um fato, nem por isso fica seguro de que sabe tudo a respeito dele. Ora, jornalistas quase nunca são testemunhas oculares de fatos menos corriqueiros. Em geral, eles se passam nas sombras dos gabinetes, no escurinho dos palácios, nos fundos dos morros e favelas e assim por diante. Logo, resgatar a 'melhor versão possível da verdade' - como definiu em uma palestra em São Paulo o repórter do "Washington Post", Carl Bernstein, que, com Bob Woodward, desvendou o caso Watergate - é uma tarefa ingrata. Para executá-la, sejamos francos, exige-se muito mais transpiração que inspiração. Mais esforço físico que intelectual. Exige que se gaste a ponta do dedo telefonando para todas as pessoas que possam dar ao menos um fragmento de informação. Exige que se gaste a bunda nos sofás das ante-salas de autoridades ou 'ôtoridades', na espera de que elas atendam o repórter e lhes dêem mais um pedacinho da informação. Exige que se gastem as pernas e as solas dos sapatos andando atrás de passeatas, comícios ou fugindo da polícia. Exige, ainda, gastar a vista lendo livros, revistas, jornais, documentos, relatórios, certidões, o diabo, atrás de detalhes ou confirmações ou, no mínimo,como ponto de partida para se iniciar um trabalho com um mínimo de informações prévias. Gasta-se a vista também no simples exercício de olhar com olhos de ver. Tem muita gente que olha e não vê detalhes que acabam compondo pedaços por vezes vitais de uma reportagem.

3.8Resposta de questão interpretativa/argumentativa-

Interpretar se parece com comentar: em ambos os casos, é necessário discutir o que foi lido, a partir de um determinado contexto, dado pelo enunciado. Quando se comenta, entretanto, opina-se a respeito do lido, fazem-se considerações pessoais mesmo que direcionadas, enquanto quando se interpreta, procura-se reproduzir o conteúdo do texto, procura-se entendê-lo resumindo-o, parafraseando-o ou associando-o ao contexto dado pelo enunciado;-para responder bem esse tipo de questão, convém seguir o "roteiro", que é apresentado na própria questão.

3.9 Resumo-

Resumir é identificar as ideias centrais e secundárias de um texto; é apresentar uma síntese (um “enxugamento”) do texto que corresponda à compreensão do que foi lido-no resumo: interessa apenas o que está no texto lido; é proibido fazer comentários pessoais; não se copia sentenças avulsas do texto original.-para resumir, deve-se ler o texto, extrair as informações e os argumentos básicos apre­sentados e os apresentar com suas próprias palavras, limitando-se às informações essenciais;-deve-se apresentar o nome do autor do texto original (Segundo "fulano de tal".... "Fulano de tal" acredita.... "Fulano de tal" finaliza....).

3.10 Texto instrucional-

Os textos instrucionais são aqueles cuja função é instruir, ensinar, mostrar como algo deve ser feito.-eles descrevem etapas que devem ser seguidas. Dentro desta categoria, encontramos desde as mais simples receitas culinárias até os complexos manuais de instrução para montar o motor de um avião.-existem numerosas variedades de textos instrucionais: além de receitas e manuais, estão os regulamentos, estatutos, contratos, instruções de jogos etc.-referindo-nos especialmente às receitas culinárias e aos textos que trazem instruções para organizar um jogo, realizar um experimento, construir um artefato e concertar um objeto, entre outros, distinguimos duas partes, uma, contém listas de elementos a serem utilizados, a outra, desenvolve as instruções.-as instruções configuram-se, habitualmente, com orações bimembres, com verbos no modo imperativo (misture a farinha com o fermento), ou orações unimembres formadas por construções com o verbo no infinitivo (misturar a farinha com o açúcar).-o estudo de textos normativos também pode ser associado ao estudo de sinalizações normalmente utilizadas com a mesma função, por exemplo, os sinais de trânsito e outras placas indicativas como: “proibido fumar”, “reservado a deficientes físicos”, etc.-todos eles, independente de sua complexidade, compartilham da função apelativa da linguagem, a medida que prescrevem ações e empregam a trama descritiva para representar o processo a ser seguido na tarefa empreendida.-em nosso cotidiano, deparamo-nos constantemente com textos instrucionais, que nos ajudam a usar corretamente um processador de alimentos ou um computador; a fazer uma comida saborosa ou a seguir uma dieta para emagrecer.-é necessário atribuir um título como por ex. "Bolo de cenoura".(Fontes diversas)

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